sexta-feira, 27 de abril de 2018

Vico e Della Casa: um estudo sobre os costumes e o trato civil


Três espécies de costumes

Os primeiros costumes [foram] todos impregnados de religião e de piedade, como são relatados os de Deucalião e Pirra, surgidos logo após o dilúvio. Os segundos foram coléricos e caprichosos, como são relatados os de Aquiles. Os terceiros são oficiosos, ensinados precisamente a partir dos deveres civis.
Giambattista Vico. Scienza Nuova, Livro IV - Do curso que fazem as nações.

GIAMBATTISTA VICO

(...) um grande erro é feito e composto de muitos pequenos, como disse a princípio, e quanto menores sejam, tanto mais é necessário que abram-se os olhos, pois não sendo facilmente percebidos tornam-se um costume
Giovanni Della Casa. Galateo Ou Dos Costumes.

Jacopo Pontormo 057.jpg
                               DELLA CASA, Giovanni.


O presente artigo pretende uma leitura paralela entre as obras Ciência Nova [Scienza Nuova] escrita em 1744, de Giambattista Vico (1668-1744), e Galateo ou Dos Costumes [Galateo o dei Costumi] escrita em 1558, de Giovanni Della Casa (1503-1556). O principal objetivo desta pesquisa é pertinente às questões relativas ao comportamento do indivíduo em sociedade, conforme o faz Della casa e a gênese destes comportamentos e costumes, que Vico desenvolve na sua Scienza Nuova.
Della Casa é um tratadista que viveu no apogeu do Renascimento. Logo seu escrito pretende um manual de conduta, mas vai além, visto que tem a finalidade de tornar os indivíduos mais sociáveis, mais estimados e mais educados. Esta obra é aceita pelos estudiosos, como se sendo um dos últimos escritos em forma de tratado: algo que marcou a Renascença italiana. Por tal motivo, o Galateo foi uma obra que fechou um ciclo de escritos com o intuito de prescreverem maneiras de procedimentos quanto à política, à vida social, ao estilo de escrita, bem como da arte. Della Casa, porém ao escrever o Galateo não tinha a pretensão de uma grande obra, mas tão somente aconselhar um sobrinho seu: Annibale Rucellai, quanto ao correto modo de comportar-se antes seus pares na sociedade de modo a ser estimado pôr todos. Tal obra é considerada juntamente com O cortesão (Il Cortegiano) de Baldassare Castiglione (1470 – 1529), como um dos mais relevantes manuais de civilidade.
Giambattista Vico, considerado como um dos últimos representantes das idéias humanistas e renascentistas[1], conforme dissemos acima, busca na sua Scienza Nuova fazer uma gênese do mundo civil das nações[2] valendo-se do pressuposto de uma natureza sociável comum a todos os homens. Estes primeiros indivíduos tornados animais justamente pelo abandono dos costumes piedosos, após o grande dilúvio universal foram, pela Providência Divina, reconduzidos à civilidade ao perceberem, mesmo à contragosto, a utilidade e os benefícios de uma vida em comunidade. Conforme atesta a passagem abaixo:
À qual provendo Deus, ordenou e dispôs de tal modo as coisas humanas, que os homens, caídos da inteira justiça pelo pecado original, entendendo fazer quase sempre todo o diverso e até, freqüentemente, todo o contrário – pelo que, para servir a utilidade, viveram em solidão como animais selvagens  -  , por aquelas mesmas suas vias diversas e contrárias, pela própria utilidade foram eles levados como homens a viver com justiça e conservar-se em sociedade e, assim, a celebrar a sua natureza sociável; a qual na obra, se demonstrará ser a verdadeira natureza do homem (...) [3].

De acordo com este trecho inicial da Idéia da Obra, podemos perceber a importância que o autor dá à natureza sociável, embora o homem dotado de um egoísmo que busca tão somente o que lhe é útil, a vida em sociedade termina por se revelar muito mais vantajosa. Ademais, propicia a própria mudança de costumes animais em costumes humanos: transforma os indivíduos selvagens e brutos em civilizados e corteses. Embora os dois autores tratem o tema relativo aos costumes e ao trato civil de modo distinto, Della Casa busca demonstrar o modo adequado de comportar-se ante os demais. Vico demonstra como se deu o surgimento de tais costumes e porque estes ocorreram de tal modo e não de outro.
Vico, ao estudar a história com base em seus mais longínquos registros, que foram os mitos e as fábulas dos povos antigos, descobre também os costumes e os modos como os primeiros pais das sociedades humanas se comportavam e se tratavam. Diz o autor serem os poemas de Homero, verdadeiros testemunhos, quer dos costumes, quer do direito natural dos povos antigos. Conforme Vico escreve:
As fábulas heróicas foram histórias verdadeiras dos heróis e dos seus heróicos costumes, que se verifica terem florescido em todas as nações no tempo da sua barbárie; pelo que se comprova serem os dois poemas de Homero dois grandes tesouros para a descoberta do direito natural das gentes gregas ainda bárbaras [4].

Como os poemas de Homero, Ilíada e Odisséia, são considerados testemunhos filológicos dos costumes dos povos da Grécia, o mesmo deve ser considerado em relação às XII Tábuas dos romanos. Este código civil é tido pelo autor da Scienza Nuova como outro grande “tesouro filológico” tanto do direito natural, quanto dos costumes do povo romano. De acordo com esta passagem Dos Elementos, Dignidade XIX :
Se a lei das XII Tábuas foram costumes das gentes do Lácio, começados a celebrar desde a idade de Saturno, passando sempre para outros lugares e fixados no bronze e religiosamente guardados pela jurisprudência romana, ela é um grande testemunho do antigo direito natural das gentes do Lácio[5].

Demonstramos aqui, portanto, ser verdadeira a afirmação de que Giambattista Vico faz um estudo histórico da gênese do mundo civil das nações. O autor comprova a sua tese ao observar que, na Bíblia, onde se encontram os registros mais antigos da história da humanidade, os patriarcas tiveram o cuidado de registrar a história do povo hebreu, desde a sua origem, ao contrário dos gentios que não tiveram diligência de fazê-lo [6].
Ambos os autores, tanto Vico quanto Della Casa, são de acordo também quanto ao papel da educação para o refinamento dos costumes e do trato civil. Vico, ao fazer, a sua análise histórico-filológica, quer da Bíblia, quer dos poemas homéricos e fábulas da Grécia, confronta os relatos sobre a existência dos gigantes: homens de gigantesca estatura e de costumes bestiais. A humanidade, após o dilúvio universal teria se dividido em dois gêneros de indivíduos, os de justa estatura, que foram os hebreus[7], e os de tamanho descomunal, os gentios.
O autor da Scienza Nuova defende que aquilo que teria ocasionado um crescimento exagerado e o embrutecimento do intelecto destes gigantes, fora justamente o abandono da educação, tanto dos modos, quanto da higiene dos seus corpos. Tais argumentos podem ser identificados nos Elementos, no segundo livro Da sabedoria Poética, Dignidades XXVI e XXVII:
Os gigantes foram por natureza corpos vastos, que viajantes dizem Ter sido encontrados no sul da América, no país de los Patacones, desajeitados e ferocíssimos (...) são-nos trazidas as causas, em parte físicas e em parte morais, observadas pôr Júlio César e por Cornélio Tácito, onde falam da gigantesca estatura dos antigos germanos; e, por nós examinadas, formam-se com base na ferina educação das crianças (...) A história grega, à qual devemos tudo o que possuímos sobre todas as outras da antiquidade gentílica ( à excepção da romana) toma as suas origens a partir do dilúvio universal e dos gigantes.
Estas duas dignidades vêm mostrar todo o primeiro gênero humano dividido em duas espécies: uma de gigantes, outra de homens de justa corporatura; aqueles Gentios, estes Hebreus (diferença essa que não pode Ter nascido de outra maneira senão da ferina educação daqueles e da humana destes); e, consequentemente, que os Hebreus tiveram origem diferente daquela que tiveram todos os Gentios [8].

Della Casa no seu tratado principia falando das vantagens do homem ser educado com vistas a tornar-se virtuoso. Esta educação, no que diz respeito ao trato civil, deve ser iniciada desde a mais “tenra idade”, pois, embora aparente ser a educação dos costumes algo sem muita importância, é adequada (justamente por se tratar de algo não muito complexo) à criança que adentra a uma rotina pedagógica. A passagem abaixo conforme tal observação:
E porque tua tenra idade não seria suficiente para receber instruções mais importantes e mais sutis, reservando-as para um tempo mais conveniente, começarei por aquilo que por ventura poderia parecer frívolo a muitos, isto é, aquilo que estimo ser conveniente para ser educado, agradável e de boas maneiras ao comunicar e tratar com toda a gente; o que é virtude ou coisa muito semelhante à virtude. E embora ser liberal, constante ou magnânimo seja por si, sem duvida alguma, coisa maior e mais louvável do que ser gentil e educado, talvez a docilidade dos costumes e a conveniência dos modos, das maneiras e das palavras não tragam menos vantagens aos que as possuem do que a grandeza de ânimo e a confiança em si aos que possuem estas [9].

Della Casa reconhece, com efeito, como podemos observar, a existência de coisas que possam parecer mais importantes e melhores de se possuir, como por exemplo: a magnanimidade, a constância e a liberalidade. No entanto, diz ele, a gentileza, a docilidade e a conveniência dos modos pode angariar para aquele que as possui, a estima das pessoas com as quais o indivíduo convive.
O autor insinua conhecer diversas pessoas que, embora pouco estimadas, conseguiram, graças ao modo cordial de tratar, o outros atingir posições privilegiadas. A docilidade, no trato, propicia-lhes ultrapassar mesmo pessoas mais virtuosas e ilustres. Della Casa escreve:
Eu poderia, se fosse adequado fazê-lo, nomear muitos que, sendo por um lado de pouca estima, foram e são bastante prezados em razão apenas de seu modo agradável e gracioso, pelo qual, ajudados e favorecidos, atingiram altíssimas posições, deixando muito atrás os que eram dotados daquelas virtudes mais nobres e mais ilustres de que falei [10].

Vemos aqui, que o autor atribui grande relevância ao trato civil, em particular no que concerne à elevação social do indivíduo. Sem mostrar-se interesseiro (conforme a obra, ser motivo de desagrado daqueles que buscamos a benevolência), o indivíduo pelo seu modo agradável de ser, consegue galgar postos na sociedade que antes poderiam ser ocupados por outros dotados de outras virtudes.
Remontando à origem, tanto dos costumes quanto do trato civil, Vico sustenta que, os primeiros pais da humanidade, que deviam agir sob a força das paixões, modo comum de  agir dos animais, ao intuírem, uma divindade que os vigiava do altíssimo céu, passam pelo temor à tal divindade, a refrear seus instintos mediante o conato: esforço que fazem para refrear os impulsos animais. Para Vico é o arbítrio humano que possibilita o surgimento das ações virtuosas, como a justiça, por exemplo. De acordo com a passagem abaixo:
Mas esses primeiros homens, que foram depois os príncipes das nações gentias, deviam pensar sob fortes impulsos de violentíssimas paixões que é a forma de pensar dos animais (...) Desse tal pensamento deve Ter nascido o conato, que é próprio da vontade humana, de refrear os motos imprimidos à mente pelo corpo, ou para completamente os aquietar (...)Este refrear o moto dos corpos é certamente um efeito da liberdade do arbítrio humano e, assim, da vontade livre, que é domicílio e sala de todas as virtudes e, entre outras, da justiça (...)[11].

Refreada as paixões pela crença em uma divindade, e pelo auxílio do conato, com os matrimônios, um dos três princípios de sua Scienza (Religião, Matrimônios e Sepultamentos) surge a pudicícia, que, Vico diz ter Sócrates considerado como a “cor da virtude” [12]. São mediante os matrimônios que os primeiros homens são tocados pelo sentimento de amizade que darão origem as três finalidades do bem: o honesto, o útil e o deleitável. Como podemos verificar nesta passagem:
Desta natureza das coisas humanas quedou esta eterna propriedade: que a verdadeira amizade natural é o matrimônio, na qual naturalmente comunicam todos os três fins do bem, isto é, o honesto, o útil e o deleitável; pelo que o marido e a mulher passam pôr natureza a mesma sorte em todas as prosperidades e adversidades da vida (...) [13].

Podemos compreender no final da passagem acima citada que, Vico considerava o vínculo de amizade entre homem e mulher surge precisamente pelo fato de ambos gozarem e sofrerem juntamente os mesmos prazeres e infelicidades da vida conjugal. Por tal motivo, o autor, em outro momento anterior diz que:
(...) o homem, no estado animal, ama somente a sua salvação; tomada mulher e feitos os filhos, ama a sua salvação com a salvação das famílias; chegado à vida civil, ama a sua salvação com a salvação das cidades; dilatados os impérios sobre outros povos, ama a sua salvação com a salvação das nações; unidas as nações na (sic) guerras, pazes, alianças, comércios, ama a sua salvação com a salvação de todo o gênero humano: o homem, em todas estas circunstâncias, ama principalmente a utilidade própria [14].

Deste modo, Vico demonstra o modo gradativo como as comunidades evoluem para sociedades mais complexas. Como com base na convivência entre os pares de casais e do conseqüente surgimento dos filhos, os primeiros pais vão, aos poucos, amansando seus instintos bestiais e criando certa afeição aos seus semelhantes.
De acordo com Vico é pela religião e pelos matrimônios que tem origem a virtude. Somente com o passar das eras, tais costumes vão se “efeminando”, e os costumes antes severíssimos têm seus significados deturpados e mal compreendidos os mitos e as fábulas das primeiras nações. Daí o exemplo daqueles relacionados à figura de Juno, concebida como deusa dos matrimônios:
Porque a piedade com os matrimônios é a escola onde se aprendem os primeiros rudimentos de todas as grandes virtudes (...) Mas – obscurecendo-se com o tempo estas severas significações, e com o efeminizarem-se os costumes, e tomada a esterilidade de Juno como natural, e os ciúmes como conseqüência dos adultérios de Júpiter, (...) [15]

Della casa, por sua vez, preocupado com o comportamento do indivíduo que tenciona ser agradável, defende que, o homem deve evitar, o quanto pode, atos que nos façam ser tidos pelas outras pessoas como indivíduos de costumes e hábitos desagradáveis e deselegantes. Alguns indivíduos chegam igualmente a assemelhar-se aos animais pelos modos como se comportam à mesa. Já os serviçais devem evitar, ao máximo, comportamentos e atos anti-higiênico que por ventura venham a desagradar seus patrões. Isto porque,
(...) diriam àqueles que por vezes vemos, à maneira de porcos inteiramente entregues com o focinho na sopa, sem nunca levantar o rosto e nunca tirar os olhos e muito menos as mãos dos alimentos, com ambas as faces inchadas, como se soassem uma trompa ou assoprassem o fogo, não comer mas a devorar? (...) Os dignos serviçais, que exercem o serviço da mesa, não devem em nenhuma condição cocar a cabeça ou outra parte diante de seu senhor quando ele está comendo, nem pôr as mãos em nenhuma daquelas partes do corpo que estão cobertas (...) [16].

Os costumes em relação às vestimentas ou ao corte de cabelo devem também ser seguidos de acordo com os costumes do lugar onde se vive. Trajar-se de modo inadequado ou diferente dos demais, pode muitas vezes fazer que pareçamos sentir desprezo pelas pessoas com as quais convivemos, ou até que não temos senso de “graça ou medida” [17]. Tais modos acarretam, diz Della Casa, a pouca estima ou desprazer que a companhia de pessoas com aparência exótica provoca naqueles que se portam ou se vestem de comum acordo com os da sua gente. De acordo com as palavras de Della Casa:
Todos devem andar bem vestidos segundo a condição e a idade, pois fazendo de outro modo parecem desdenhar as pessoa (...) deve o homem se esforçar por se aproximar o mais que possa do costume dos outros cidadãos e deixar-se tomar pelos usos, ainda que talvez  menos cômodos ou menos elegantes (...) contradizer o costume das pessoas, não se deve fazer senão em caso de necessidade (...) pois esse, mais do que qualquer outro vício ruim, torna-nos odiosos à maioria das pessoas. Portanto não hás de se opor aos costumes comuns em tais situações, mas seguí-los moderadamente (...) Esses portanto, com seus modos, geram suspeita no ânimo das pessoas com que tratam, que em pouca estima os têm, sendo por isso de má vontade recebidos na maior parte dos grupos e pouco querido por eles[18].

  Há outros indivíduos de comportamento reprovável e que o comportamento destes devem, a todo o custo, ser evitados por aqueles que desejam fazer-se agradáveis. Trata-se daqueles que buscam agir a contragosto dos demais. Atrapalhando, retardando ou sempre reclamando, nada parece-lhes agradar. Por tal motivo, diz o autor, tais companhias merecem que sejam odiadas, pelo modo soberbo como tratam os seus iguais ou os seus servos. De acordo com o Galateo:
Há ainda alguns que provocam mais suspeita, ou antes, dão provas de que não se possa permanecer com eles de modo algum, pois sempre são o empecilho e o incômodo de todo o grupo (...) A esses, coisa nenhuma agrada mais do que aquilo que imaginaram, torcendo a fuça a todas as outras (...)por ser mostrarem soberbos nos atos extremos, conviria que fossem odiados pelas pessoas, visto que a soberba não é outra coisa que não estimar os outros, e, como disse a princípio, a todos apetece ser estimado ainda que não mereça [19].

Para Della Casa, diante de pessoas que cortejamos a simpatia, é extremamente danoso comportar-se como senhores. Devemos respeitar igualmente os nossos serviçais. Se estamos à mesa com convidados, procuremos evitar ao máximo situações desagradáveis, ou pelo menos, suavizá-las, não agindo de modo áspero ou descortês, pois a mesa é lugar de alegria, e agindo de modo contrário findamos por provocar a tristeza nos comensais [20].
Há ainda aqueles de “ânimo adverso”, que implicantemente “querem tudo o contrário dos outros” [21]. Tais indivíduos, que antes se comportam mais como inimigos do que como amigos, pois, conforme Della Casa, somente os inimigos buscam fazer oposição ao prazer dos seus inimigos. Agindo de modo adverso ao gosto de seus pares findam por se tornarem odiosos e tendo evitada a sua companhia [22]. Pessoas que buscam ser bem quistas, devem a todo o custo evitar tais comportamentos. É conveniente sempre fazer do prazer alheio o seu, caso deseje tornar-se agradável, evitando fazê-lo somente em caso de atitudes das quais sobrevenham vergonha ou dano [23].
Aquele que busca a benevolência dos homens deve evitar a rusticidade e o comportamento estranho, devendo buscar agir sempre com modos cordiais e familiares. Pessoas de comportamento estranho, diz o autor, parecem estrangeiras por todos os lugares por onde andam, eis os motivos daqueles que procuram ser bem quistos, esforçarem-se por comportarem-se de modo “familiar”, mesmo entre pessoas desconhecidas. Deve-se buscar, “saudar, falar e responder” de maneira cordial às pessoas mesmo que desconhecidas, como se fôssemos pessoas próximas. Deve se evitar também o agir de modo distraído ou melancólico, para que pareçamos distante ou que a companhia não possua méritos ou brilho, fazendo-a sentir-se desconfortável [24].
Deve-se evitar os comportamentos ressentidos ou dissimulados, em especial o homem, porque agir de tal modo não é comportamento de companheiro, mas de servo[25]. Nas conversas deve-se evitar os assuntos frívolos ou vis, bem como o modo de se expressar não deve ser demasiadamente rebuscado nem tampouco chulo. Evitar temas muito complexos, cujo entendimento torna-se difícil para a maioria das pessoas. Evite-se também as palavras obscenas, ou depreciativas quanto a deus ou aos santos. Também conversas que aviltam a si próprio, pois que a maioria dos homens desagrada ouvir sobre os vícios dos outros, mesmo que eles também os possuam. Como podemos observar nesta passagem:
Na conversação peca-se de muitos e variados modos, e primeiramente na matéria proposta, que não deve ser frívola nem vil, (...). Não se deve também tomar um tema muito sutil ou demasiado requintado, pois dificilmente são entendidos pela maioria (...). E não somente de Deus convém falar santamente, mas em cada pensamento deve o homem repudiar o quanto puder palavras que testemunhem contra sua vida e obra, pois os homens odeiam também nos outros os vícios próprio [26].

Narrar os próprios sonhos é considerado pelo autor como assunto de muito mal gosto, visto que estes são em sua maioria insignificantes e tolos [27]. Semelhante aos sonhos, são as mentiras que mais do que aqueles devem ser evitadas a todo custo, pois do ato de contar freqüentes mentiras acarreta-se o descrédito para aqueles que as conta. A descrença na palavra de uma pessoa faz que esta termine por não ser mais escutada, uma vez que suas palavras parecem perder o conteúdo, e nada expressarem [28].
Outra coisa deprimente são aqueles que contam mentiras na intenção de parecem melhores, mais ricos e mais sábios. Outros podem medir de modo silencioso, ou seja, embora sendo de condição menos abastada, vestem-se com roupas extravagantes ou adornam-se com jóias para assim parecerem mais opulentos do que realmente o são. Seus modos são cheios de melindres e pretensões, coisas tais que oriundas da soberba e da vaidade devem estas pessoas terem a companhia evitada, pois se mostram sempre uma presença inoportuna [29].
Deve o homem que busca ser de presença agradável, evitar o quanto puder de vangloriar-se de suas qualidades, riquezas ou de sua nobreza. Estes comentários a respeito de si próprio, quase sempre são danosos à imagem de um verdadeiro cavalheiro. Este jamais propaga suas nobres ações, seu passado glorioso, muito menos enumera suas qualidades, como muitos gostam de fazer. Agir de tal modo, conforme Della Casa, pode parecer que quem o faz, pretende competir com os outros em tais qualidades, quando não, mostrar-se superior ou rebaixar-lhes censurando-os pela sua condição inferior [30].
Tampouco, diz o autor, deve o homem rebaixar-se ou exaltar-se de modo excessivo. Dá mostras de grande descortesia, aquele que acredita-se desmerecedor das honrarias que lhes são ofertadas. Semelhante descortesia é a praticada por aquele que se julga melhor do que o que lhe é devido, ou mesmo desdenhoso do que lhe é presenteado. De acordo com a passagem abaixo:
Portanto, não deve o homem aviltar-se nem de modo excessivo exaltar-se. Antes, deve subtrair alguma coisa de seus méritos do que arrogar-se um ponto a mais com palavras, pois mesmo o bem, quando exagerado, desagrada. E sabe que os que se aviltam com palavras desmesuradas, recusando as honras que manifestamente lhes pertencem, mostram com isso mais soberba do que os que usurpam essas coisas, os bens que lhes são devidos [31].

Repudiar os louvores que recebe de outrem, é dar mostras de reprovação ou pior de desprezo. Recusar as honrarias que lhe é devido, além de ofensivo, pode ser interpretado como soberbia, pois alguém em sã consciência jamais recusaria honrarias e glórias a menos que se julgue possuidor de coisas mais valiosas do que aquelas que lhes é oferecido. Não devemos jamais nos vangloriar ou fazer pouco de nossos bens. Ao falar de nós próprios devemos, conforme já dissemos anteriormente, fazê-lo de modo despretencioso. Convém, portanto que falemos a verdade [32].
Della Casa aconselha também que evitemos falar mal dos outros, ou de suas coisas, pois se o fazemos é porque somos movidos pela inveja que sentimos em relação à prosperidade daqueles. Embora muitos se prestem a escutar as maledicências que dizemos de nossos semelhantes, em verdade as pessoas não sentem amizade pelos maledicentes, uma vez que julgam que aqueles que falam mal dos outros, o fazem do mesmo modo em relação a todas as pessoas que conhecem. Segundo podemos verificar nesta passagem:
Não se deve falar mal dos outros nem das coisas dos outros, mesmo que seja evidente que a isso se prestam as orelhas de bom grado, devido à inveja que, no mais das vezes temos do bem e da honra uns dos outros; mas, ao fim, todos fogem do boi que dá chifradas, e as pessoas repudiam a amizade dos maledicentes, argumentando que o que dizem de outros a nós, também dizem de nós aos outros [33].

Deve-se evitar pôr-se contra os outros com freqüência, visto que tal atitude pode nos angariar a inimizade daqueles aos quais nos opomos. Se os assuntos dizem respeito à coisas insignificantes, é sempre conveniente sermos condescendentes. Fazer frente à opinião e ao gosto dos outros, no mais das vezes, pode nos tornar uma companhia indesejada ou inconveniente [34]. Há indivíduos que de tão narcisistas, nunca consentem em agradar aos demais, julgam-se mais sábios e insistem em dar conselhos que não foram requisitados. De acordo com esta passagem:
Mas as pessoas, na sua maioria enamoram-se tanto de si mesmas que renunciam a agradar aos outros e, para se mostrar sutis, perspicazes e sábias, aconselham, censuram, disputam e teimam de espada em punho, e com nenhum parecer concordam, senão com o próprio. Dar um conselho não pedido não é outra coisa do que pretender-se mais sábio do que aquele que tu aconselhas, ou antes, reprovar-lhe o seu pouco saber e a ignorância(...)mas, seja como for, quem segue proferindo e espalhando seu conselho mostra Ter opinião de que o juízo a ele sobra e aos outros falta [35].

Della Casa continua o seu tratado, aconselhando-nos no que diz respeito aos escárnios, zombarias, motejos e contação de histórias. Todos esses são modos como alguns indivíduos se apresentam. O que no parecer do autor, algumas destas atitudes podem e devem ser evitadas, como é o caso, por exemplo, do escárnio, pois que este é sinal mais de desprezo do que de injúria, e até mesmo aos inimigos deve-se evitar escarnecer[36]. Escarnecer é deleitar-se com a vergonha dos outros, algo que não trás nenhuma vantagem àquele que o faz. Ao contrário, diz o autor, aqueles que troçam dos defeitos dos outros, quer seja com palavras, quer seja com atos merecem ser odiados por seus modos execráveis [37].
Quanto ao zombar dos outros é na maioria das vezes, considerado como algo inconveniente de se fazer, principalmente se tal coisa é uma prática freqüente. Ter a fama de zombeteiro pode fazer com que sejamos pessoas de companhia indesejada. No entanto, em alguns momentos, escreve o autor, há a necessidade de nos descontrairmos, e aí, uma brincadeira é sempre algo prazeroso quando feita de maneira conveniente. Existem pessoas que o fazem de modo tão adequado que findam por tornarem-se pessoas de presença requisitada e agradável [38].
Os motejos são particularidade de poucos indivíduos, pois poucos são aqueles que conseguem realizá-lo adequadamente. Para fazê-lo, segundo Della Casa, há a necessidade de uma perspicácia elegante e de “um rápido movimento de espírito”. De acordo com ele, aqueles que não possuem aptidão para tal coisa, como por exemplo: as pessoas discretas. Estas rapidamente conscientizam-se da incapacidade para motejar, pois ao que parece motejar é como que um Dom natural, ou seja, “não é para quem quer, mas somente para quem pode” [39].
A contação de histórias é outra arte que convém certa capacidade de expressão. Aquele que se dispõe a fazê-lo, conforme Della Casa deve antes de tudo ter domínio do conteúdo que se propõe a narrar: palavras e frases, elaboradas de maneira precisa, para que não fique o narrador, a todo o instante interrompendo sua narrativa para lembrar-se ou perguntar sobre o nome de algo que não se lembra. O autor aconselha que as novelas devam ser contadas primeiramente com apelidos que dizem respeito a qualidades ou defeitos das personagens, só depois se devem dizer seus nomes reais [40].
Muitas são as lições de Della Casa, infelizmente não há a possibilidade de tratarmos de todas nesta pesquisa, uma vez que, para tal empreitada se faz necessário um estudo mais longo e minucioso de seu tratado. Entretanto é conveniente que enceremos o estudo de seu manual do comportamento, com as exortações do autor para a relevância que o comportamento e o trato civil emprestam não só ao corpo mas à alma humana. A boa educação dos costumes possibilita-nos a elevação do caráter. O homem de costumes vis tem freqüentemente os seus modos relacionados aqueles das bestas. Confira nesta passagem:
E, se na infância, quando os ânimos são ternos e dóceis, aqueles que se importavam comigo tivessem sabido dobrar os meus costumes, talvez um tanto naturalmente duros e rústicos, atenuá-los e poli-los, Ter-me-iam tornado porventura tal qual ora procuro tornar-te (...) apesar de as forcas da natureza serem grandes, ela é com bastante freqüência vencida e corrigida pelo costume, devendo-se começar desde cedo a enfrentá-la e a rebatê-la antes que tome excessivo poder e ousadia. Porém a maioria das pessoas não o faz (...) acreditam obedecer à natureza, como se a razão não fosse nos homens coisa natural (...) Porém geralmente não a escutamos, e assim geralmente somos iguais aqueles a quem Deus não deu, isto é, às bestas, nas quais não obstante opera alguma coisa que não a sua razão (pois nenhuma delas a tem por si mesma), mas a nossa [41].

Bebendo da fonte do pensamento de Platão, que muito o inspirou, Della Casa diz que os sentidos se aprazem apenas com o prazer imediato, não lhes importando qual a sua origem. Evitam a todo o custo, o aborrecimento, algo que com freqüência lhes ocasiona a razão, pois o remédio proporcionado aos malefícios do corpo largado ao seu bel prazer é deveras amargo. Uma vez que o sentido do gosto parece encontrar-se corrompido [42].
Vico e Della Casa são de comum acordo, e talvez porque ambos tiveram por mentor intelectual o filósofo Platão, pois concordavam eles que era a educação quem lapidava os costumes. Vico diz que Platão, ao estudar as fábulas da Grécia, determinou a existência de três naturezas: a humana, a heróica e a divina. Abaixo destas três encontram-se a natureza animal, inteiramente escravizada pelos apetites. Acima se encontra os homens que combatem as paixões, depois destes vêm os heróis, cuja natureza controla prazerosamente aquelas e porque se encontram também mais próximos da natureza divina. Como Vico escreve na Scienza Nuova e na parte relativa à Moral Poética:
Por estas razões, precisamente, o que Mâneton fez dos hieróglifos egípcios tinha feito Platão com as fábulas gregas, observando nelas, por um lado, a inconveniência dos deuses com esses referidos costumes e, por outro, a conveniência com as suas idéias. (...) Sobre o heroísmo poético ergueu o seu filosófico: que o herói estava acima do homem, não apenas do animal ( o animal é escravo das paixões; o homem, posto a meio, combate as paixões; o herói comanda com prazer as paixões) e, assim, que a natureza heróica estava entre a divina e a humana [43].

No Segundo Livro “Sobre a Sabedoria Poética”, denominada Economia Poética, porque trata justamente da educação das primeiras famílias do gênero humano. Vico diz que os heróis, ou seja, os primeiros pais, por meio dos sentidos humanos perceberam duas verdades fundamentais da educação ou “doutrina econômica”: a primeira, diz respeito “à educação do ânimo” e a segunda à do corpo. A primeira, diz Vico, “foi, com douta metáfora, transposta pelos físicos para extrair as formas da matéria” [44]; ou seja, “extrair a forma da alma humana” que se encontrava presa nos vastos corpos dos gigantes. E assim, pelo refinamento dos costumes puderam gradativamente voltar à forma humana, com “justa corporatura” [45].
Na mesma seção da Física poética, o quinto capítulo reenvia aos costumes heróicos. Nele, o autor da Scienza Nuova diz que os heróis pela sua fresca origem bestial, eram ainda dotados de extrema ferocidade no trato com os demais. Mostrando-se facilmente afetados, pelo “pequeníssimo entendimento”, possuíam uma vasta fantasia e sentimentos violentíssimos. Razão pela qual:
Pelo que devem ter sido boçais, cruéis, rudes, ferozes, orgulhosos, difíceis e obstinados nos seus propósitos e, ao mesmo tempo, muitíssimo volúveis quando se encontravam perante objectos novos e adversos. (...) mas, porque são débeis nas reflexões, assim que se afasta da sua mente a razão que os tinha convencido, logo voltam atrás ao seu propósito. E, pelo mesmo defeito da reflexão, eram abertos, ressentidos, magnânimos e generosos, como por Homero é descrito Aquiles, o maior de todos os heróis da Grécia [46].

Eis o motivo pelo qual, Vico diz que Aristóteles, na sua obra Poética, afirma ser o herói, o principal personagem das tragédias, e que estes eram indivíduos “nem óptimos nem péssimos”, mas detentores de uma amálgama de vícios e virtudes. É aquele heroísmo que tem suas bases somente nas ações virtuosas, seria criação posterior da mente refinada dos filósofos, jamais condizente com a mentalidade dos primeiros poetas [47].
Para finalizarmos a exposição sobre a origem dos costumes civis na obra de Vico, tema inesgotável pela riqueza de conteúdo, é conveniente pelo menos fazermos uma breve passagem pelo quarto livro, intitulado: Do curso que fazem as nações. Na introdução deste, o autor sustenta:
(...) neste livro quarto, o curso que seguem as nações, procedendo com constante uniformidade em todos os seus variados e tão diferentes costumes, através da divisão das três idades (...) a dos deuses, a dos heróis e a dos homens. Porque, através desta divisão, ver-se-á que as nações se regem, com constante e jamais ininterrupta ordem de causas e efeitos, sempre andantes, por três espécies de naturezas; e que dessas naturezas surgiram três espécies de costumes; (...) [48].

Foram desses costumes que surgiram as três espécies de direitos naturais, destes surgem, por sua vez, “três espécies de Estados civis” ou repúblicas. Atingida a sociedade humana por “três espécies de coisas”, formaram-se três espécies de línguas e algumas tantas de caracteres e sucessivamente três espécies de jurisprudências, autoridades, direitos e juízos todas estas coisas discutidas aprofundadamente neste quarto livro e em toda a obra.
O que existe de comum entre estes dois autores? O fato de que ambos reconhecem existir uma necessidade de os indivíduos permanecerem unidos, mas que para que isto ocorra, ambos devem tratar-se de modo cordial e amistoso. Até porque aqueles que são considerados rudes, ou assim se comportam, acabam naturalmente sendo penalizados, pois tem a sua companhia evitada: o que ocasionaria um isolamento do indivíduo na sociedade. Para atestar o que dissemos, vamos conferir duas passagens nas obras destes dois autores:
Por isso, conquanto nenhuma pena tenha ordenado as leis para os costumes desagradáveis e rudes, como pecado que lhes parecesse leve, não sendo de fato, grave, vemos não obstante que a própria natureza nos castiga com severa punição, privando-nos por essa razão da companhia e da benevolência dos homens [49].

            Agora este trecho Dos Elementos, Dignidade VII, da Scienza Nuova:

(...) das paixões dos homens – todos apegados aos seus proveitos privados, pelos quais viveriam como animais selvagens metidos nas suas solidões -, fez as ordens civis, pelas quais vivam numa sociedade humana. [50]

Conforme podemos ver, nos dois autores, eles estão de acordo na questão da manutenção do trato civil e dos costumes, para que os indivíduos vivam de modo tranqüilo e proveitoso. Tal questão concernente ao fazer-se agradável e virtuoso para ser bem aceito por seus iguais ou superiores, será sempre retornado por Della Casa no decorrer de seu tratado [51].

Referências bibliograficas:
VICO, G. Ciência Nova [1744]. Trad. port. Jorge Vaz de Carvalho, Lisboa: Calouste Gulbenkian, 2005.
DELLA CASA. G. Galateo Ou Dos Costumes[1558].Trad. br. Edileine Vieira Machado, São Paulo: Martins Fontes, 1999, p. 5.
PLATÃO. Fédon. Diálogos. Trad. Br. Jorge Paleikat e João Cruz Costa. Os pensadores. 2. Ed. – São Paulo: Abril Cultural, 1983.
FERRATER MORA, J. “Vico ou a visão renascentista”. In: Visões da História, Porto - Portugal: Rés, s/d.



[1] Cf. FERRATER MORA, J. “Vico ou a visão renascentista”, in: Visões da História, Porto - Portugal: Rés, s/d, pp.103-119.
[2] Cf. VICO, Giambattista. A Ciência Nova [1744]. Trad. port. Jorge Vaz de Carvalho, Lisboa: Calouste Gulbenkian, 2005, p. 204.
[3] Cf. VICO, Giambattista. Ciência Nova, p. 4.
[4] Cf. VICO, Giambattista. Ciência Nova, p. 10.
[5] Cf. VICO, Giambattista. Ciência Nova, p. 114.
[6] Cf. VICO, Giambattista. Ciência Nova, pp. 119-120.
[7] Cf. VICO, Giambattista. Ciência Nova, p. 208.
[8] Cf. VICO, Giambattista. Ciência Nova, pp. 121-122 e 205-206.
[9] Cf. DELLA CASA, Giovanni. Galateo ou Dos Costumes, p. 4.
[10] Cf. DELLA CASA, Giovanni. Galateo ou Dos Costumes, p. 5.
[11] Cf. VICO, Giambattista. Ciência Nova, p. 181.
[12] Cf. VICO, Giambattista. Ciência Nova, p. 329.
[13] Cf. VICO, Giambattista. Ciência Nova, p. 382.
[14] Cf. VICO, Giambattista. Ciência Nova, p. 182.
[15] Cf. VICO, Giambattista. Ciência Nova, pp. 336-337.
[16] Cf. DELLA CASA, Giovanni. Galateo ou Dos Costumes, p. 13.
[17] Cf. DELLA CASA, Giovanni. Galateo ou Dos Costumes, p. 17.
[18] Cf. DELLA CASA, Giovanni. Galateo ou Dos Costumes, pp. 16 a 18.
[19] Cf. DELLA CASA, Giovanni. Galateo ou Dos Costumes, pp. 18-19.
[20] Cf. DELLA CASA, Giovanni. Galateo ou Dos Costumes, pp. 20-21.
[21] Cf. DELLA CASA, Giovanni. Galateo ou Dos Costumes, p. 21.
[22] Cf. DELLA CASA, Giovanni. Galateo ou Dos Costumes, pp. 21-22.
[23] Cf. DELLA CASA, Giovanni. Galateo ou Dos Costumes, p. 22.
[24] Cf. DELLA CASA, Giovanni. Galateo ou Dos Costumes, p. 22.
[25] Cf. DELLA CASA, Giovanni. Galateo ou Dos Costumes, p. 23.
[26] Cf. DELLA CASA, Giovanni. Galateo ou Dos Costumes, pp. 24 - 25.
[27] Cf. DELLA CASA, Giovanni. Galateo ou Dos Costumes, p. 27.
[28] Cf. DELLA CASA, Giovanni. Galateo ou Dos Costumes, p. 29.
[29] Cf. DELLA CASA, Giovanni. Galateo ou Dos Costumes, p. 30.
[30] Cf. DELLA CASA, Giovanni. Galateo ou Dos Costumes, pp. 30 –31.
[31] Cf. DELLA CASA, Giovanni. Galateo ou Dos Costumes, p. 31.
[32] Cf. DELLA CASA, Giovanni. Galateo ou Dos Costumes, pp. 31–32.
[33] Cf. DELLA CASA, Giovanni. Galateo ou Dos Costumes, pp. 43-44.
[34] Cf. DELLA CASA, Giovanni. Galateo ou Dos Costumes, pp. 44 – 45.
[35] Cf. DELLA CASA, Giovanni. Galateo ou Dos Costumes, p. 45.
[36] Cf. DELLA CASA, Giovanni. Galateo ou Dos Costumes, p. 46.
[37] Cf. DELLA CASA, Giovanni. Galateo ou Dos Costumes, p. 47.
[38] Cf. DELLA CASA, Giovanni. Galateo ou Dos Costumes, p. 48.
[39] Cf. DELLA CASA, Giovanni. Galateo ou Dos Costumes, p. 51.
[40] Cf. DELLA CASA, Giovanni. Galateo ou Dos Costumes, p. 56.
[41] Cf. DELLA CASA, Giovanni. Galateo ou Dos Costumes, pp. 75-76.
[42] Cf. DELLA CASA, Giovanni. Galateo ou Dos Costumes, p. 77. Ver também o obra platônica Fédon nas passagens relativas  a O destino das almas 81e e 82a-c e Resposta a Símias 94d. PLATÃO. Fédon. Diálogos. Trad. Br. Jorge Paleikat e João Cruz Costa. Os pensadores. 2. Ed. – São Paulo: Abril Cultural, 1983, pp. 86 – 87 e 100.
[43] Cf. VICO, Giambattista. Ciência Nova, pp. 338-339.
[44] Cf. VICO, Giambattista. Ciência Nova, 345.
[45] Cf. VICO, Giambattista. Ciência Nova, pp. 345 e 348-349. Ver também o capítulo segundo da Física Poética intitulado: Da física poética em torno do homem, ou seja, da natureza heróica, p. 521.
[46] Cf. VICO, Giambattista. Ciência Nova, p. 533.
[47] Cf. VICO, Giambattista. Ciência Nova, pp. 533-534.
[48] Cf. VICO, Giambattista. Ciência Nova, pp. 667-668.
[49] Cf. DELLA CASA. Giovanni. Galateo Ou Dos Costumes[1558].Trad. br. Edileine Vieira Machado, São Paulo: Martins Fontes, 1999, p. 5.
[50] Cf. VICO, Giambattista. Ciência Nova, p.109.
[51] Cf. DELLA CASA, Giovanni. Galateo, pp. 5-6, 9,15-16-17-18,67 e 72.

IMAGENS:
https://it.wikipedia.org/wiki/Giambattista_Vico
https://it.wikipedia.org/wiki/Giovanni_Della_Casa



Obs: O uso desse texto por terceiros sem os devidos créditos pode acarretar em litígio. 

O autor

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Alguém se habilita?